O comissário-geral Philippe Lazzarini, da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (Unrwa), afirmou em comunicado à imprensa que o órgão da ONU já não dá conta de prestar ajuda humanitária na Faixa de Gaza Nas palavras dele, a região está “estrangulada”.
“Gaza está sendo estrangulada e parece que o mundo neste momento perdeu a sua humanidade”, apelou Lazzarini, enquanto informava a falta de água e eletricidade na região. “Em breve, acredito, com isso também não haverá comida nem remédios”, continuou.
A Faixa de Gaza tem sido bombardeada por Israel desde que o grupo extremista Hamas promoveu ataques em território israelense, matando milhares de pessoas. Foi o maior massacre contra judeus e israelenses nos últimos 50 anos.
De acordo com Lazzarini, nos últimos oito dias não entrou água, trigo ou combustível no território de Gaza, pelo menos oficialmente. “A minha equipe, que se mudou para Rafah [passagem entre Gaza e o Egito e que permanece fechada por causa de bombardeios] para sustentar as operações na sequência do ultimato israelita, trabalha no mesmo edifício que milhares de pessoas deslocadas desesperadas que racionam também a sua comida e água”, contou.
O oficial afirmou que a Unrwa perdeu 14 funcionários, entre professores, engenheiros, guardas e psicólogos, um engenheiro e um ginecologista. E que os atuais trabalhadores da agência, cerca de 13 mil, estão fora de casa e foram para o sul da Faixa de Gaza. “Na verdade, uma catástrofe humanitária sem precedente está a desenrolar-se sob os nossos olhos”, disse ele.